quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Lobo e o ciúme do Macho e as Mulheres...


Nenhuma mulher está à altura de compreender o ciúme do macho, e explicá-lo; é tão inútil como descrever a cor a um cego, o som a um surdo, o amor a um eunuco.

Por todas estas razões, a infidelidade da mulher não só merece perdão, como também nem mesmo deveria ser considerada culpa, porque ela está na impossibilidade fí­sica, orgânica, constitucional, de compreender a dor do homem enciumado, e de sentir pena dele.

Como poderia, aliás, sentir piedade pelo amor do ciu­mento? Por um amor feito quase exclusivamente de ira e de ódio?

A mulher sabe que existe o ciúme porque vê as suas consequências (cenas, separações, tiros de revólver), mas o ciúme, em si, é para ela uma força invisível, incompreen­sível. A mulher diante do ciúme é como o indivíduo que, ignorante das coisas da ciência, assiste a uma reacção ou a um fenómeno estranho, sem conseguir compreender-lhe a causa.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

a Fé...e o Lobo


Hoje, estendido num divã, ao fim da tarde olhava as nuvens cor­rerem sobre o Rio que corre lá ao fundo. E pensava:

-Tenho-me sentido jovem até há poucos meses. Agora estou acabado. Parece-me que é tarde para tudo. Quando leio, não termino o parágrafo e começo o parágrafo seguinte. Cada livro em que pego já não me interessa antes de o ler ou sinto que deve­ria tê-lo lido antes. Diante de cada problema so­cial, político, económico, sinto que já é tarde, não para me aprofundar mas para aproximar-me. Sinto que a minha vida falhou inteiramente. Passei de relance por tudo: ciência, fé, amor, sem nunca mergulhar. Também em matéria de fé, fiquei na periferia. Recuei diante das primeiras contradi­ções, dos primeiros absurdos, do que me parecia preconceito e paganismo ...

Um jovem padre disse-me um dia que só há um modo de crer em Deus.

- Qual? Perguntei..

- Crer.

O meu modo de crer talvez seja errado, mas tenho um modo meu de crer. No museu de Luxem­burgo há um quadro de Burnand: representa os Apóstolos Pedro e João, que na manhã de Páscoa vão ao túmulo do Senhor. João é um rapaz que se parece comigo quando jovem: cabelos atirados para trás, olhar atento, quase febril; as mãos juntas, não em posi­ção de prece, mas como para comprimir a própria ânsia; Pedro tem o rosto queimado pela beira-mar; é um tipo maduro de homem do povo: a fronte esculpida de rugas, olhos de míope, que procuram; os dois caminham contra o vento e, se bem que não se veja senão a parte alta do corpo, há todo o movimento da impaciência, e da inquietude ...

Pois bem, esse quadro fala-me bem mais do que qualquer sermão, mais que qualquer prova da autenticidade dos actos dos Apóstolos. Quando te­nho incertezas ,e posso, vou ver esse quadro. Creio assim, mas sinto que estou em atraso. Nestes últimos tem­pos sabia passar as minhas ideias, mas secretamente, no fundo, iludia-me nas minhas verdades. Tive, pois, de reconhecer que, na realidade, falei mentiras.

A minha vida não teve um acto de amor ini­cial, e eu procurei o amor toda a vida. Se amanhã, porque afinal preciso de viver, recomeçar o meu “comércio” de palavras de amor...não será de estranhar.

Toda a minha vida foi assina­lada por um erro inicial: a falta de um acto de amor; o meu sonho era ter um filho meu, inteira­mente meu, para o educar não de acordo com a minha conduta, mas de acordo com a que deve ser a conduta de um verdadeiro homem: um me­nino ao qual ensinaria as primeiras orações, as primeiras palavras, a composição das primeiras fra­ses; de quem tiraria o canivete da mão ...

Para mim não existe sentido inverso.

Será que ainda sei as orações que teria ensinado ao meu filho?

É possível, e natural, que amanhã esteja melhor.

Boa noite a todos…

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Lobo e a inutilidade de certas coisas...


HÁ estudiosos que trabalham toda a vida na solução de nós que ninguém tem interesse em ver desatados; gente que perde os anos e a vista em roda de um pergaminho, uma epígrafe ou um terceto, publicando volumes, sem que a civilização, a arte, o pensamento, avancem um milímetro. São como aqueles velhos empregados de café que percorreram milhares de quilómetros, sem nunca terem caminhado cem metros do mundo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Lobo e o Lema


NÃO tenho um lema para imprimir no papel de carta, mas, se tivesse que escolher um, tomaria esta admoestação de YangTsiú: «Se com um fio dos teus cabelos puderes salvar o Universo, não o
dês!»

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Solidão vista pelo Lobo


Só encontro a solidão nas memórias dos sentidos.O real sobrepõe-se.
A natureza das coisas já não é a mesma,nem os cheiros estão no sítio onde estavam.
Apenas a Beleza delas perdura no limiar dos sentidos emocionais.Ainda bem que é assim.Se não,muitos queriam estar no mesmo sítio vezes sem conta.E na bagagem talvez levassem a estranheza dos seres que nada sabem ou sentem os odores que se espalham na atmosfera memorial do tempo...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O LOBO a LOUCURA. o SONO a MORTE e o AMOR


O SONO, a loucura, não dão ideia da morte. O amor, sim. O estremecimento de todos os nervos, a aceleração do ritmo cardíaco, o esquecimento da consciência, não são mais que uma rápida agonia. No momento em que a gente se projecta para fora de si mesmo morre-se um pouco; faz-se uma excursão momentânea à morte, que parece mais bela porque se morre a dois voltando-se à vida

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O LOBO........e a IRONIA...


A IRONIA é uma arte difícil. Ou é demasiado leve, e não se compreende, ou é demasiado pesada e cai esmagando os cascos de quem a faz. A ironia é mais difícil de dosear que os vernizes, as gelatinas e as colas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A Melancolia do Lobo...


Por vezes rimo-nos para tentar esconder a nossa melancolia. E como não conseguimos ocultá-la com o riso nem a nós, nem aos outros, bebemos, então, para ocultá-la ao menos a nós; bebemos para desfazer as rugas da alma; mas as rugas da alma não desaparecem; alisam-se por um momento, como as dos rostos das senhoras que se submetem à massagem facial: desaparecem por uma hora, mas tornam depois a cavar-se, mais profundas.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O LOBO e as 20 000 visitas...


Olá!
Durante meses estive ausente do blog.
Estava cansado.
Muitos dos meus seguidores me contactaram para saber o porque.
Estava realmente cansado.
Quando à cerca de um ano desisti da "Filosofia de Pott"(196 seguidores) resolvi, pouco depois, voltar.
Quis livrar-me de algumas pessoas que me perseguiam e que me causaram alguns problemas.Criei a "Filosofia do Lobo"
Livrei-me de alguns.
Perdi quase todos.
Quando começei a "Filosofia do Lobo",muitos perderam o meu rasto.
Tive pena.
Paciência.
Outros aparerceram e eu desapareci de novo.
Voltei faz pouco tempo.Lentamente.Sem preocupações de "audiências" e com pequenos textos.
No fim de semana passado reparei,para meu espanto,que a "Filosofia do Lobo"tinha ultrapassado as 20.000 visitas.
Acho fantástico porque os comentários aos meus escritos têm sido escassos.
Bom sinal.Alguem continua a ler as maluqueiras que escrevo.Fantástico.
A quem me lê,quero agradecer.
Um abraço a todos.

O LOBO

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Lobo e as Mulheres Maduras...


O PRIMEIRO beijo nuns lábios cansados, exaustos, convalescentes dessa doença aguda e devastadora que é a juventude, o primeiro beijo numa boca próxima a já não entender o amor, é como um vírus que nos envenena irremediavelmente. As adolescentes, as mulheres jovens, têm perigosas rivais nas mulheres crepusculares; porque estas, somente estas, são extractos concentrados de todas as espécies de mulheres. As outras, as mulheres jovens, têm em si um quê de infantil; a juventude está em antítese com ,a feminilidade absoluta; os primeiros cabelos brancos, e mesmo os segundos cabelos brancos, os sinais de cansaço, as rugas que se delineiam, os músculos que se relaxam, marcam o início da idade de ouro de uma mulher: e o avizinhar-se do momento inexorável que exclui a maternidade coincide com o período verdadeiro do .amor, aquele que não tende a fins animalescamente reprodutivos da espécie, mas se dedica exclusivamente ao prazer de amar. O dia da parisiense galante tem duas horas, feitas para os voluptuosos abandonos: «de cinq à sept»; também na vida de uma mulher, exactamente das cinco às sete, isto é, cerca do crepúsculo, se abre um parêntesis destinado exclusivamente ao amor.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O LOBO ea Força Fisica


NÃO invejo ninguém. A única coisa que invejo é a força física.
Todas as mulheres, até as princesas-como dizia o meu grande amigo Angelo Paschetta-
Se podem obter pagando. É questão de preço.
O dinheiro ganha-se ou rouba-se.
A notoriedade une-se ao «bluff».
Mas a força é mister recebê-la como dom da natureza, como a corcunda e o cretinismo.
Gostava de ser bastante forte para quebrar a cara de 75 % do próximo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

o Lobo e os caminhos para o coração...


NÃO é de mais repeti-lo: o segredo é este: não se dirigir à mulher tal como ela é, e sim como finge ser. As mulheres detestam a caligrafia no amor. Para provocar­-lhes uma paixão obstinada e rebelde, dessas que acar­retam febre e irresponsabilidade, é preciso penetrar por caminhos insólitos.

v

O Lobo e a infidelidade


O ENGANO também faz parte do equilíbrio do mun­do. O ciúme é um absurdo, pois pretenderia romper esse equilíbrio. «Não te lamentes das traições que sofres, dos enganos de que és vítima. São elas que te permitirão por tua vez trair. Não maldigas a infidelidade da mulher, ainda que essa infidelidade te amargure. E o «do ut des», o livre câmbio, o toma lá, dá cá, a grande internacional do amor. Cumpre que seja assim. A infidelidade contra ti é a mesma culpa que te permitirá ser, amanhã, infiel em teu favor.»

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Lobo e a literatura...


Leio aqueles autores contemporâneos -três ou qua­tro de cada nação-os quais, já na segunda linha, nos reembolsam do preço do volume. Todos os dias folheio o Alcorão e os outros dois ou três livros análogos, que se plagiaram reciprocamente e que, pensando bem, pelos trechos de espírito, as sujidades bem expostas, as bisbi­lhotices eruditas, as máximas de sabedoria e as receitas de cozinha que contêm, divertem como almanaques an­tigos para famílias. Os romances onde se narra que ela vai para a cama com ele não me interessam: isto é, não me interessa a literatura.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Lobo e os cemitérios


A mim os cemitérios não me inspiram respeito.

Penso que lá em baixo estão sepultadas pessoas que na vida foram desprezíveis: homens que espancaram a mulher ou prostituiram a irmã; mulheres que trairam o marido por mera devassidão; homens que exploraram a amante; mulheres que fizeram sofrer pelo simples gosto de fazer sofrer; filhos que maltrataram o pai; pais que seviciaram os filhos; perseguidores, ladrões, trapaceiros, traidores ... Como se pode ter reverência por essa gente que estando morta, nem sequer tem a possibilidade de se tornar melhor?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Lobo e os livros velhos...


LEIO apenas os livros antigos. Os livros novos não são mais do que mistura de datas, de ideias, de factos, de nomes tomados a outros livros e dispostos de maneira um pouco diversa. Mal é lançado, vai tomar o seu lugar nas estantes, até que novo escritor o retire dali para ex­trair dele uma ideia ou um facto, uma data ou um nome que mistura com outros elementos arrancados de outros livros para com isso fazer um livro novo. Ora, a ler um livro assim é preferível ler um livro velho.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Lobo e os mistérios da noite...


A Cidade, a altas horas da madrugada.
Prefiro esta gente da noite, suspeita da hostilidade de uma cidade de arestas, extorsões,
pequenos raptos. Chegam de todas as sombras e cumprem o destino de ir e voltar, um rumor os espera, as colunas de treva do anonimato, as praças de recontros fortuitos,o tráfico de uma droga qualquer que os mantenha vivos.
Páram,perscutam. A transgressão maior é permanecerem.
E apenas a loucura dos dias os pode constranger.
Aproximam-se e entregam ao silêncio um idioma fulgente, o cigarro ilumina-lhes o rosto onde está um sorriso a acicatar a desordem, a expressão da deriva, um fumo que se não vê.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Lobo e os Chatos...


A PESSOA que nos dá maior incómodo é a que nos quer fazer favores: a que nos ajuda a envergar o sobre-tudo, a que nos avisa de que estamos a engordar, a que fornece o nosso endereço ao vendedor de aspiradores ou de enciclopédias a prestações.

sábado, 19 de junho de 2010

O Lobo e a Separação....


OS superficiais, os simples, que apreciam sumaria­mente o amor, julgando-o uma relação social grosseira como todas as outras, crêem que o momento mais opor­tuno para a ruptura entre amantes é depois de uma zanga, uma crise, uma descarga de ciúmes, uma traição. Ingé­nuos! Essa é a ocasião mais inadequada para o abandono.O sofrimento e a cólera, não repelem, atraem: têm força coesiva, e não desagregadora; a separação definitiva, sem probabilidades de reencontro, só se pode levar a cabo num período de serenidade, quando não há no horizonte a menor sombra de traição, quando se pode olhar na alma um do outro como numa água clarificada, em que nenhum abalo faça subir do fundo velhas escórias de recordações turvas ou de sentimentos impuros.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Como o LOBO desmantelou o que disse antes...


O Amor é uma determinada quantidade de matéria imponderável, invisível, que se acumula em certos indivíduos quando encontram outros do sexo oposto, e que se vai esgotando durante o período da relação. Uma vez esgotada, já não pode fazer-se novo sentimento, não há um modo de regenerá-la. Um amor defunto não ressuscita. Quando ressuscita, é porque não era defunto.
Conforme digo aí à vossa esquerda..o amor éapenas uma mudança de velocidade no ritmo da fantasia..e que
a vida não é exactamente assim...mas também é assim...
Depende do angulo por onde a observamos...
Se me contradigo é porque nesse momento mudei de angulo...
Boa noite a todas.

O Lobo e o "comprimento de onda"


AMAR uma mulher quer dizer habituar o nosso sis­tema cerebrospinal a não vibrar senão por ela. Cada mu­lher tem o seu próprio «comprimento de onda», como diria um rádio-amador. Pode-se explorar todo o mundo, que não se encontrará outra mulher que tenha o seu «comprimento de onda», ainda que seja mais bela, mais sensual, mais enamorada do que ela.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A estima do Lobo por desconhecidos...


TENHO uma grande estima pelas pessoas que não conheço e por isso procuro não conhecer ninguém. Sinto­-me a contragosto com as pessoas conhecidas de há pouco, com as quais ainda não se formou aquele fundo de assuntos discutidos, de ideias exauridas, de questões su­peradas, que é a base da intimidade. Diverte-te jogando com o adversário experiente, não com aquele a quem tens de ensinar as regras do jogo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Lobo e o passar do tempo..


O TEMPO fica: não é verdade que passe. Fica nas coisas para que um pouco de nós sobreviva à nossa desa­propriação. As casas decrépitas, os móveis antigos, têm uma alma composta de emanações do passado: conser­vam os séculos na sua argamassa e nas suas fibras; são acumuladores de tempo, de ternura, de afectos estratifi­cados que se volatilizam, que se nos oferecem quotidia­namente, sem que o percebamos, e transformando os tú­mulos da história em poesia taciturna.

O Lobo e a agenda de endereços...


ESPANTOSO manual de psicologia, uma agenda de endereços! Desoladora experiência que se renova sem­pre que temos de expedir uma dúzia de bilhetes-postais. Reaparecem-nos na memória homens e mulheres que acreditávamos dignos de confiança, de amor, de amizade - e um dia foram injustos ou desleais para connosco, ou nós fomos injustos ou desleais para com eles. O que, para demonstração, dá na mesma....

sexta-feira, 11 de junho de 2010

..o Lobo vagabundo..


Não faço programas para o dia seguinte: prefiro deixar-me viver. Porquê me vou privar da satisfação de mudar de ideias? Porquê renunciar à volúpia da indecisão?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

...meditando sobre a grande ignorância do Lobo...


Quando estou para chamar a alguem de ignorante,pergunto-me a mim mesmo pelo cadastro integral dos diálogos de Platão,ou pelo peso especifico do cloro,ou pelo ano da morte de Enstein;pergunto-me porque é que as lentes bicôncavas diminuem as imagens,ou como se acha o volume da esfera,ou onde passa a Corrente do Golfo;e então abstenho-me de julgamentos precipitados a respeito da ignorância alheia.Quando alguem me chama burro,desarmo-o com uma pergunta:«Desculpe,qual é a capital das Honduras?».Mas quando por minha vez,penso que uma pessoa é muito ignorante,folheio um livro de cultura para os pequenos de dez anos e -mortificante exercicio-constato,página a pagina,quantas são as coisas que não sei.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

filosofando sobre o que um dia disse a uma amiga que só viajava de comboio...


Desculpem se me tornar chato....
Tenho no meu quarto,na parede ,em frente à cama,um desenho imaginário.Trata-se de um mapa,a Projecção de Mercator.A Projecção de Mercator é a mais descarada mentira geográfica perpetrada pelos mapas.Ao copia-la,de forma imaginária, regozijo-me em me tornar cúmplice das deformações;desenho em grande,as cidades consagradas pela moda ou pela actualidade,
dando menor relevo às celebradas pela História;as tres cidades mais importantes dos Estados Unidos; Reno,Detroit ,Hollywood ,famosas pelos Divórcios,pela FORD e pelo Cinema,esmagam as consagradas pela descoberta de Colombo,pelo desembarque dos puritanos ingleses do «Mayflower» e pela proclamação da Independencia.No velho continente assinalo as montanhas com critérios estranhos à sua altitude.O Himalaia parece uma colina,em comparação com o Sinai(o monte da Sabedoria) e com Saint-Moritz(as alturas da Vaidade).Quanto a correntes de agua só traço duas, o Reno e o Jordão,o Ódio e o Amor.Assinalo como cidades importantes da Europa estas quatro:Amsterdão,onde Spinoza foi amajdiçoado pela Sinagoga por ter perdido a Fé de seus pais;Sain-Vannes,onde o beneditino Don Périgon inventou champanhe;Versalhes ou a falência da força;Genebra ou a falência da razão.Desenho a vermelho,em grossas curvas, o itenerário das Cruzadas, e em azul o percurso do Orient-Express;em vários pontos,a estrada de Godofredo de Bulhão cruza-se com a da Companhia dos Wagons-Lits.Nada há mais decorativo do que um mapa que contenha os rios fabulosos,as terras dos amantes,os poços de petróleo,as linhas aéreas,os itenerários dos conquistadores,as minas de esmeraldas.assinalo na minha carta geográfica dois célebres jardins:na Inglaterra,o Jardim de Woolsthorpe,e na Arménia o Paraiso Terrestre,indicando-os com duas maçãs:a maçã de Newton e a maçã de Eva:uma demonstra que o destino das coisas está regulado pelas leis matemáticas;a outra que o destino dos homens está regulado pelo capricho.


sábado, 1 de maio de 2010

O LOBO........e o complexo do eu...



Bom dia a todos....

Hoje acordei com uma confusão na cabeça. Vi-me com a seguinte pergunta: Quem sou eu?
Cheguei a seguinte conclusão: não sei.
Acho que vocês já passaram pela mesma coisa. Resolvi chamar a isso "complexo do eu". Isso mesmo, estou complexado. Não sei quem eu sou, nem sequer sei os meus objetivos no mundo. Se for para falar de objetivos acho melhor não ter nenhum. Vi algumas curiosidade na Wikipédia e descobri que alguns animais, tipo as abelhas(operárias), morrem quando realizam as suas tarefas. Concluí que não quero ter objetivo... Raciocionem comigo: Eu estipulo uma meta na minha vida, passo anos a tentar realizá-la, um dia consigo, alguns minutos de comemoração... E agora? O que vou fazer? Estipular outra meta? Não... Isso não existe, pelo menos pra mim.

Prefiro viver a vida de forma "livre"... Como diria Zeca Pagodinho: "Deixo a vida me levar".

Mas, a questão maior não é um objetivo de vida e sim a descoberta do meu verdadeiro "eu". Burrice não é? Concerteza. Mas é uma burrice interessante. Se você disser que nunca perguntou a si mesmo "Quem sou eu?" eu direi que é um alienado que vive a assistir a telenovelas e
ouvir as pimbalhadas actuais (sem preconceitos).

Já comecei a procurar a cura para o "complexo do eu". Pensei em procurar um psicológo. Que loucura. Mas desisti, de acordo com alguns depoimentos isto passa. Depois de algum tempo descobrimos o mesmo em alguém ou em algo. Aí tudo fica normal.
Mas enquanto que isso não acontece comigo vou por aí tentando definir-me. Ou melhor, faço como Renato Russo: "Acho que não sei quem sou, só sei que não gosto".

Agradeçido pela atenção

Abraços....

O Lobo de POTT