quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Lobo e o ciúme do Macho e as Mulheres...


Nenhuma mulher está à altura de compreender o ciúme do macho, e explicá-lo; é tão inútil como descrever a cor a um cego, o som a um surdo, o amor a um eunuco.

Por todas estas razões, a infidelidade da mulher não só merece perdão, como também nem mesmo deveria ser considerada culpa, porque ela está na impossibilidade fí­sica, orgânica, constitucional, de compreender a dor do homem enciumado, e de sentir pena dele.

Como poderia, aliás, sentir piedade pelo amor do ciu­mento? Por um amor feito quase exclusivamente de ira e de ódio?

A mulher sabe que existe o ciúme porque vê as suas consequências (cenas, separações, tiros de revólver), mas o ciúme, em si, é para ela uma força invisível, incompreen­sível. A mulher diante do ciúme é como o indivíduo que, ignorante das coisas da ciência, assiste a uma reacção ou a um fenómeno estranho, sem conseguir compreender-lhe a causa.