sábado, 19 de junho de 2010

O Lobo e a Separação....


OS superficiais, os simples, que apreciam sumaria­mente o amor, julgando-o uma relação social grosseira como todas as outras, crêem que o momento mais opor­tuno para a ruptura entre amantes é depois de uma zanga, uma crise, uma descarga de ciúmes, uma traição. Ingé­nuos! Essa é a ocasião mais inadequada para o abandono.O sofrimento e a cólera, não repelem, atraem: têm força coesiva, e não desagregadora; a separação definitiva, sem probabilidades de reencontro, só se pode levar a cabo num período de serenidade, quando não há no horizonte a menor sombra de traição, quando se pode olhar na alma um do outro como numa água clarificada, em que nenhum abalo faça subir do fundo velhas escórias de recordações turvas ou de sentimentos impuros.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Como o LOBO desmantelou o que disse antes...


O Amor é uma determinada quantidade de matéria imponderável, invisível, que se acumula em certos indivíduos quando encontram outros do sexo oposto, e que se vai esgotando durante o período da relação. Uma vez esgotada, já não pode fazer-se novo sentimento, não há um modo de regenerá-la. Um amor defunto não ressuscita. Quando ressuscita, é porque não era defunto.
Conforme digo aí à vossa esquerda..o amor éapenas uma mudança de velocidade no ritmo da fantasia..e que
a vida não é exactamente assim...mas também é assim...
Depende do angulo por onde a observamos...
Se me contradigo é porque nesse momento mudei de angulo...
Boa noite a todas.

O Lobo e o "comprimento de onda"


AMAR uma mulher quer dizer habituar o nosso sis­tema cerebrospinal a não vibrar senão por ela. Cada mu­lher tem o seu próprio «comprimento de onda», como diria um rádio-amador. Pode-se explorar todo o mundo, que não se encontrará outra mulher que tenha o seu «comprimento de onda», ainda que seja mais bela, mais sensual, mais enamorada do que ela.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A estima do Lobo por desconhecidos...


TENHO uma grande estima pelas pessoas que não conheço e por isso procuro não conhecer ninguém. Sinto­-me a contragosto com as pessoas conhecidas de há pouco, com as quais ainda não se formou aquele fundo de assuntos discutidos, de ideias exauridas, de questões su­peradas, que é a base da intimidade. Diverte-te jogando com o adversário experiente, não com aquele a quem tens de ensinar as regras do jogo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Lobo e o passar do tempo..


O TEMPO fica: não é verdade que passe. Fica nas coisas para que um pouco de nós sobreviva à nossa desa­propriação. As casas decrépitas, os móveis antigos, têm uma alma composta de emanações do passado: conser­vam os séculos na sua argamassa e nas suas fibras; são acumuladores de tempo, de ternura, de afectos estratifi­cados que se volatilizam, que se nos oferecem quotidia­namente, sem que o percebamos, e transformando os tú­mulos da história em poesia taciturna.

O Lobo e a agenda de endereços...


ESPANTOSO manual de psicologia, uma agenda de endereços! Desoladora experiência que se renova sem­pre que temos de expedir uma dúzia de bilhetes-postais. Reaparecem-nos na memória homens e mulheres que acreditávamos dignos de confiança, de amor, de amizade - e um dia foram injustos ou desleais para connosco, ou nós fomos injustos ou desleais para com eles. O que, para demonstração, dá na mesma....