sábado, 24 de outubro de 2009

as sinusóides do Lobo ....



Esclarecimento


Esta explicação já foi dada por mim noutra "Filosofia" que alguns de vós conheceram.

Dado que algumas pessoas não gostaram do que escrevi,venho por este meio fazer um esclarecimento.
Não sou o Lobo Mau nem o São Gabriel..apenas encarno pessoas ,sentimentos e estados de espirito;hoje sou o Mau,amanhã sou o Santo;hoje sou um péssimista controlado,amanhã canto com a mesma intensidade com que me acabrunhei ontem.
Sou uma espécie de "fingidor" como o de Fernando Pessoa.Gosto de jogar com as situações de variadas formas;hoje de um angulo amanhã de outro.
A mesma situação vista de dois angulos diferentes transforma-se em duas situações distintas,e isso tem graça.
No fundo analizo os Homens e a Vida.À minha maneira.Adoro brincar com as palavras.Gosto de chocar.
Acabo por ser um sentimental,como voces,e nós,os sentimentais,quando fingimos chorar, choramos mesmo...
Mas minhas queridas amigas... sobretudo,não se preocupem excessivamente com as máximas que vos vou expondo,e não reflitam muito.Elas valem o que valem.Todos que antes de tomar uma resolução raciocinam,pesam medem,são sempre derrotados,como os que na roleta apontam os numeros que sairam e fazem cálculos e mais cálculos e,quando estão seguros do método,eis que meia volta a mais da bolinha de marfim manda para o diabo as suas previsões.
Penso que devemos estar gratos à vida,que de vez em quando nos concede um pretexto para mudarmos de horizonte.Parece que existe gente que nasce,ama,morre,na mesma cama;que por toda a vida pode suportar aquele tal calendário pendurado naquele prego,naquela parede.
Sinto-me amarrado à ponta de um fio que um ser invisivel faz rodar sobre a sua cabeça para me abandonar de um momento para outro à força centrifuga do seu capricho.

Boa noite meus amores,eu fico bem...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Considerações do LOBO sobre a Mulher desejada...


NINGUÉM conquista a mulher que quer. O amor é regulado pelo acaso, não pela vontade. A mulher que eu teria querido é a que estava com outro, num café, e da qual nem consegui atrair a atenção; é a que se sentava a meu lado, no teatro, e me deixou uns pêlos do seu arminho na manga do «smoking», e me agradou pela voz, ou por uma frase arguta, ou um adjectivo adivinhado, ou um silêncio inteligente. A mulher que eu teria querido é a desconhecida que me fitou e desapareceu: quando a revi, já não era ela. Creio no «coup de foudre», principalmente se o considerarmos uma pequena descarga eléctrica: às vezes certas mulheres electrizam-nos; seis meses após, já não o conseguem, porque algo mudou na corrente delas ou na nossa condutibilidade, ou porque outra mulher, entre nós, serve de corpo isolante ou intercepta a corrente. Conquistar a mulher que se deseja, significa conquistá-la nesse momento, e não depois. As mulheres que eu tive foram adoráveis, mas não foram as que eu quisera. A mulher que está em nossos braços e tem a boca a vinte centímetros da nossa boca, nunca é aquela que quiséramos, pois vinte centímetros é espaço demasiado pequeno para nele vogarem os nossos desejos ou para as trajectórias parabólicas da nossa fantasia.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

o LOBO e a mentira...


Todos mentimos.Os tolos mentem negando os factos ou alterando-lhes as circunstancias;isto é, mentem com o meio mais infantil:a mentira.Os inteligentes modificando-lhes o significado por meio da interpretação e do raciocinio.
A Moral e a Educação desaconcelham a mentira.E fazem bem,porque a pequena mentira de uso comum, passando continuamente de mão em mão, tornou-se uma coisa suja e vil;ao passo que a grande,a inteligente,a genial mentira é arte tão dificil que é preciso muita inteligência para a aprender.Para além disso as mentiras são meios de defesa, como as antitoxinas.
A mentira serve para guardar os tesouros do nosso pensamento e para cobrir as lacunas da nossa consciencia.O nosso próximo é tão miserável ao espreitar-nos para nos fazer mal pelas costas,que me parece mais que honesto faze-lo perder a nossa pista ocultando-lhe a verdade.
A mentira é uma arma de legitima defesa.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

..a ignorância do LOBO ...



Quando estou para chamar a alguem de ignorante,pergunto-me a mim mesmo pelo cadastro integral dos diálogos de Platão,ou pelo peso especifico do cloro,ou pelo ano da morte de Enstein;pergunto-me porque é que as lentes bicôncavas diminuem as imagens,ou como se acha o volume da esfera,ou onde passa a Corrente do Golfo;e então abstenho-me de julgamentos precipitados a respeito da ignorância alheia.Quando alguem me chama burro,desarmo-o com uma pergunta:«Desculpe,qual é a capital das Honduras?».Mas quando por minha vez,penso que uma pessoa é muito ignorante,folheio um livro de cultura para os pequenos de dez anos e - mortificante exercicio - constato,página a pagina,quantas são as coisas que não sei.
Se algum dia dissesse de alguem que é um cretino,pareceria achar que os outros eram inteligentes.
Ao contrário disso,só vejo,em torno de mim,gente que se mostra diferente do que é,expõe ideias que não tem,manifesta convicções que não são suas,faz belos gestos e diz belas frases para ocultar alguma deficiencia ou alguma inferioridade.

O LOBO

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O LOBO e as Vagabundagens....


Adoro os ingénuos.E procuro-os nas minhas vagabundagens;mas encontro poucos;as criaturas excepcionais tornaram-se tão comuns, que encontrar uma mulher comum é caso rarissimo ;todas tomam ares complicados,de cépticas.Os cépticos divertem-me por um momento;mas,depois do primeiro paradoxo não os tolero mais: o cepticismo parece-me ingenuidade mascarada, parece-me o alibi da ignorancia, e dá-me tanta pena como a miséria de casaca.Gosto dos ingénuos, dos primitivos,dos simples,que leem
presságios nas bolinhas do café,decifram o destino nas linhas da mão e ouvem o mugido dos oceanos no concavo de um búzio.Não posso suportar certas damas que ,ouvindo-as,julgamos que têm almas espirálicas ,psiques labirinticas, a tragédia de serem incompreendidas.E,no fundo,são umas pulhas.
Simpatizo por instinto com as minorias,com os fracos,com os que têm culpas,são tantas as pessoas que têm razão.