sábado, 31 de outubro de 2009

O LOBO - e a estupidez do Homem...


O CIÚME/A POUCA IMPORTÂNCIA DO ADULTÉRIO E A BURRICE DO HOMEM......


NÓS, que nos damos conta da nenhuma gravidade da traição, se fôssemos enganados sofreríamos como qualquer marido imbecil.
Sabemos que a adúltera engana com o corpo; mas todo o seu afecto continua com o homem a quem trai; sabemos que a mulher que se abandonou entre os braços de outro, voltará a nós exactamente imutável nos seus sentimentos e nos seus sentidos; mas a fera que vive em nós não admite razões.
O cérebro dá ao adultério o seu justo valor; se as culpas se medissem pelo sistema métrico decimal, o adultério deveria medir-se aos centimiligramas, como a estricnina. Mas o raciocínio do cérebro não age sobre os nervos que exprimentam, por automatismo, um único desejo: matar!
O homem céptico que dá ao adultério o seu justo peso, julga de acordo com uma estimativa sua, fruto de muitas outras estimativas suas. Mas, sobre os seus ombros pesam séculos e milénios de sentimento que sufocam as ideias rebeldes.
Através dos séculos transmitiu-se até nós o ciúme, como uma doença hereditária que a razão não consegue debelar. O homem ciumento que procura com sensatos raciocínios frear o próprio ciúme, é como um epiléptico que quizesse com o bom senso refrear as suas convulsões.
A desventura dos homens traídos consiste toda em saber que o são. Quem não conhece a própria infelicidade não é infeliz.


O homens têm ciúmes até das mulheres que ainda não amaram....

O LOBO

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Lobo - e a MULHER


OS homens formaram da mulher uma concepção convencional. Imaginaram a mulher de certo feitio, como as estrelas de cinco pontas e como os corações estilizados do naipe de copas. E por isso, quando a mulher se revela tal qual é na realidade, experimentam a decepção de quem vê num atlas astronómico e num compêndio de anatomia que nem as estrelas são figuras simétricas de lata, com cinco pontas, como nos presépios, nem o coração se parece com copas. O erro não é da mulher, mas do homem, que pretende que a mulher seja, não como é, mas como ele queria que fosse. A mulher é infiel, mentirosa, inconstante, poliandra. O homem obstina-se em querê-la sincera, constante, fiel a um só. Um ou outro caso esporádico legitimou o seu desejo. Mas, os casos excepcionais servem para confirmar a regra. Os poetas, os filósofos, os escritores, os analfabetos, têm cantado, pregado, escrito, tartamudeado que a mulher é infiel, que a mulher trai. Um rei escreve-o no vidro, com o diamante do seu anel; o músico repete-o no melodrama; as cançonetas populares não falam senão em infidelidades; já o escreveram em latim, em turco, em sânscrito, em chinês; os homens empregam noventa por cento das suas energias para seduzir a mulher de outrem e para impe¬dir que os outros seduzam a sua. As estatísticas dos suicídios dizem que, de cem homens que se suicidam, cinco fazem-no por neurastenia, dez por desvario, três por motivos diversos, e oitenta e dois por amor. As obras-primas do romance e as anedotas só para homens têm um único argumento: a infidelidade; que a mulher trai, cada um de nós aprende, repete, ensina; e no entanto todos os reveses provêm desse mal-entendido, que é tudo nas premissas: cada homem quer encontrar para si a excepção, e desespera-se quando percebe ter encontrado a regra. Sim, encontram-se alguns fenómenos isolados de fidelidade; mas, nem por isso devem ser invertidas as proporções e confundido o geral com o particular, substituído o um pelos noventa e nove. Seria como se um botânico teimasse em declarar que o trevo, o trifólio, tem quatro folhas. Insensato! É inútil proclamar que tem quatro folhas, quando o seu próprio nome diz que tem três, e todos estamos de acordo em dizer que o trifólio tem três folhas e que a mulher é infiel. Admito que algumas vezes se encontre um trevo com quatro folhas: mas, então, trata-se de um achado tão excepcional que a colocamos entre as páginas de um livro de versos ou entre os vidros de uma medalha. E se depois dá na telha de algum infeliz botânico querer que nos prados não haja senão quadrifólios, e se desepera, matando-se, porque só encontra trifólios, a culpa não é dos trifólios, mas do botânico!



quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O LOBO - as mulheres honestas e as outras..


AS mulheres honestas alteram-se, deterioram-se com o decorrer dos anos.

Mas, as que passam de um namoro a uma aventura, de uma infidelidade acidental a um adultério continuado, não ficam feias. Vemos os seus maridos envelhecerem, engordarem, ficarem grisalhos; vemos os seus amantes desabotoarem o último botão do colete, e puxarem para as têmporas depenadas e desvastadas o chapéu que lhes oculta a calvície, mas as lindas senhoras elegantes não mudam jamais, porque o pecado, o prazer, o desejo de agradar, a vontade inflexível de ser bela as conservam.

Para conservar a beleza só existe uma forma de gi­nástica: o turismo amoroso, o excursionismo erótico.

Só as mulheres honestas envelhecem, murcham rapi­damente.

Certas senhoras muito formosas e muito livres de preconceitos têm-me mostrado fotografias suas tiradas há muitos anos, quando ainda eram fiéis, honestas, mo­nopolizadas pelo marido.

Que horror!

Mas, desde que procuraram acender desejos à sua passagem, desde que amaciaram a pele, cuidaram das mãos, tingiram e cortaram os cabelos, avivaram os lá­bios, educaram as sobrancelhas e pintaram as pálpebras de verde, desde que multiplicaram a sua sensualidade, rei­terando e variando os estímulos, ficaram belas como por encanto; realizaram o milagre de conservar-se bonitas e jovens, mostrando como é preferível uma cortesã de cinquenta anos a uma virgem de dezoito ou a uma mulher honesta de trinta e cinco.

As mulheres não fazem amor porque são belas; são belas porque fazem amor.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

as pinturas e o que pensa o dono do LOBO sobre o assunto...


Vão longe os tempos em que Ovídio aconselhava: «Não deformeis as orelhas com as pedras que o hindu cor de bronze recolhe do fundo do mar, nem ostenteis ricos vestidos pesados de ouro, porque com tanto luxo fareis fugir aquele que desejais atrair.» Hoje, no entanto, atraem-no de verdade, porque há sempre algum que espera encontrar, sob os ricos vestidos pesados de ouro, uma casadoira ou uma viúva de subarrendamento.
Para as jóias e roupas caras, descobriram-se sucedâneos baratos: o Pó de Arroz, os Cremes, as Bases(não percebo muito disto). Não sei de nada mais sedutor que um rosto bem pintado sobre um singelo «tailleur».
O truque esfuma a verdade,confunde os traços,torna imprecisas as formas,faz misteriosa a fisionomia.
As artistas que surgem nos palcos sepultadas sob um véu de pó de arroz e um raio de luz, têm a vantagem da imprecisão. O seu rosto, vemo-lo a nosso modo, segundo a nossa interpretação.
As mulheres que se pintam são interpretadas como livros simbólicos. As que não se pintam são abertas como livros comuns. Livros aborrecidos.
A pintura no rosto é como a meia de seda na perna: dá-lhe um encanto intenso; mas, se recebe um pequeno rasgão ... Acabou-se! Ai, se um pouco de vermelhidão passa do lábio ao queixo!
Maridos, amantes, desconfiai da mulher que volta para casa com os lábios sem baton. Isto quer dizer que a cor transmigrou da sua boca para a do outro.
Maridos, amantes, desconfiai da mulher que volta para os vossos braços com a boca pintada de modo desordenado e excessivo. Quer dizer que teve pressa em restaurar o rosto após uma devastação movimentada.
Desconfiai da mulher que volta para o ninho com os olhos sabiamente sombreados, com as faces escrupulosamente branqueadas, com os pómulos cobertos de vermelho na medida perfeita, com os lábios repassados com mão segura. Ela é uma enganadora fria: traiu-vos com serenidade, com ardor contido, com equilibrado entusiasmo.
Ela é a mais perigosa!
Amantes, maridos, desconfiai de todas as mulheres, pintem-se elas ou não.
Mas, não. Não desconfieis destas últimas, deixai que vos enganem. E procurai uma amante que conheça os segredos dos violetas, dos azuis, do «vieux rose» e do «henné». São tão numerosas na rua! Andam duas a duas, e parecem-se, porque ambas têm as trinta belezas de Helena.
Assemelham-se com tanta perfeição, e têm idades tão imprecisas que é imprudente e arriscado dizer-se a uma das duas:
-Não poderias livrar-te da chata da tua mãe?
Porque há o perigo de se ouvir, como resposta:

-É minha filha.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Lobo e a necessidade de amor...


Olá!

Hoje estou muito dado ao romantismo,e,embora já seja muito tarde,não quero deixar de vos escrever umas palavrinhas simpáticas...
Apetece-me divagar a propósito do Amor............
Acho que o pior corrosivo do Amor é a sinceridade.
«Mentir sempre» eis a divisa de um amante que queira ser amado.E não o confessar jámais,
pois a necessidade de amor é tanta neste mundo,que certas mulheres amam até o marido.

Não se zanguem...deve ser do sono...

O LObo