
sábado, 31 de outubro de 2009
O LOBO - e a estupidez do Homem...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009
O Lobo - e a MULHER

OS homens formaram da mulher uma concepção convencional. Imaginaram a mulher de certo feitio, como as estrelas de cinco pontas e como os corações estilizados do naipe de copas. E por isso, quando a mulher se revela tal qual é na realidade, experimentam a decepção de quem vê num atlas astronómico e num compêndio de anatomia que nem as estrelas são figuras simétricas de lata, com cinco pontas, como nos presépios, nem o coração se parece com copas. O erro não é da mulher, mas do homem, que pretende que a mulher seja, não como é, mas como ele queria que fosse. A mulher é infiel, mentirosa, inconstante, poliandra. O homem obstina-se em querê-la sincera, constante, fiel a um só. Um ou outro caso esporádico legitimou o seu desejo. Mas, os casos excepcionais servem para confirmar a regra. Os poetas, os filósofos, os escritores, os analfabetos, têm cantado, pregado, escrito, tartamudeado que a mulher é infiel, que a mulher trai. Um rei escreve-o no vidro, com o diamante do seu anel; o músico repete-o no melodrama; as cançonetas populares não falam senão em infidelidades; já o escreveram em latim, em turco, em sânscrito, em chinês; os homens empregam noventa por cento das suas energias para seduzir a mulher de outrem e para impe¬dir que os outros seduzam a sua. As estatísticas dos suicídios dizem que, de cem homens que se suicidam, cinco fazem-no por neurastenia, dez por desvario, três por motivos diversos, e oitenta e dois por amor. As obras-primas do romance e as anedotas só para homens têm um único argumento: a infidelidade; que a mulher trai, cada um de nós aprende, repete, ensina; e no entanto todos os reveses provêm desse mal-entendido, que é tudo nas premissas: cada homem quer encontrar para si a excepção, e desespera-se quando percebe ter encontrado a regra. Sim, encontram-se alguns fenómenos isolados de fidelidade; mas, nem por isso devem ser invertidas as proporções e confundido o geral com o particular, substituído o um pelos noventa e nove. Seria como se um botânico teimasse em declarar que o trevo, o trifólio, tem quatro folhas. Insensato! É inútil proclamar que tem quatro folhas, quando o seu próprio nome diz que tem três, e todos estamos de acordo em dizer que o trifólio tem três folhas e que a mulher é infiel. Admito que algumas vezes se encontre um trevo com quatro folhas: mas, então, trata-se de um achado tão excepcional que a colocamos entre as páginas de um livro de versos ou entre os vidros de uma medalha. E se depois dá na telha de algum infeliz botânico querer que nos prados não haja senão quadrifólios, e se desepera, matando-se, porque só encontra trifólios, a culpa não é dos trifólios, mas do botânico!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
O LOBO - as mulheres honestas e as outras..

AS mulheres honestas alteram-se, deterioram-se com o decorrer dos anos.
Mas, as que passam de um namoro a uma aventura, de uma infidelidade acidental a um adultério continuado, não ficam feias. Vemos os seus maridos envelhecerem, engordarem, ficarem grisalhos; vemos os seus amantes desabotoarem o último botão do colete, e puxarem para as têmporas depenadas e desvastadas o chapéu que lhes oculta a calvície, mas as lindas senhoras elegantes não mudam jamais, porque o pecado, o prazer, o desejo de agradar, a vontade inflexível de ser bela as conservam.
Para conservar a beleza só existe uma forma de ginástica: o turismo amoroso, o excursionismo erótico.
Só as mulheres honestas envelhecem, murcham rapidamente.
Certas senhoras muito formosas e muito livres de preconceitos têm-me mostrado fotografias suas tiradas há muitos anos, quando ainda eram fiéis, honestas, monopolizadas pelo marido.
Que horror!
Mas, desde que procuraram acender desejos à sua passagem, desde que amaciaram a pele, cuidaram das mãos, tingiram e cortaram os cabelos, avivaram os lábios, educaram as sobrancelhas e pintaram as pálpebras de verde, desde que multiplicaram a sua sensualidade, reiterando e variando os estímulos, ficaram belas como por encanto; realizaram o milagre de conservar-se bonitas e jovens, mostrando como é preferível uma cortesã de cinquenta anos a uma virgem de dezoito ou a uma mulher honesta de trinta e cinco.
As mulheres não fazem amor porque são belas; são belas porque fazem amor.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
as pinturas e o que pensa o dono do LOBO sobre o assunto...

-É minha filha.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
O Lobo e a necessidade de amor...
