
A Cidade, a altas horas da madrugada.
Prefiro esta gente da noite, suspeita da hostilidade de uma cidade de arestas, extorsões,
pequenos raptos. Chegam de todas as sombras e cumprem o destino de ir e voltar, um rumor os espera, as colunas de treva do anonimato, as praças de recontros fortuitos,o tráfico de uma droga qualquer que os mantenha vivos.
Páram,perscutam. A transgressão maior é permanecerem.
E apenas a loucura dos dias os pode constranger.
Aproximam-se e entregam ao silêncio um idioma fulgente, o cigarro ilumina-lhes o rosto onde está um sorriso a acicatar a desordem, a expressão da deriva, um fumo que se não vê.