quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Lobo e os mistérios da noite...


A Cidade, a altas horas da madrugada.
Prefiro esta gente da noite, suspeita da hostilidade de uma cidade de arestas, extorsões,
pequenos raptos. Chegam de todas as sombras e cumprem o destino de ir e voltar, um rumor os espera, as colunas de treva do anonimato, as praças de recontros fortuitos,o tráfico de uma droga qualquer que os mantenha vivos.
Páram,perscutam. A transgressão maior é permanecerem.
E apenas a loucura dos dias os pode constranger.
Aproximam-se e entregam ao silêncio um idioma fulgente, o cigarro ilumina-lhes o rosto onde está um sorriso a acicatar a desordem, a expressão da deriva, um fumo que se não vê.


3 comentários:

Estrela disse...

Quanta inspiração numa noite hostil!(rs)

Dean Barret disse...

O filho pródigo a casa retorna Lobo... Pôxa, sempre tive uma relação caótica com a noite e sua sombriedade... Medo pelos perigos, muito medo e ao mesmo tempo uma curiosidade viciante de nela permanecer para observar seu desenvolvimento... Parece que na noite não tem enrolação, você chega e faz o que quer, pronto, não tem tempo em excesso pra pensar... De dia, onde tudo está claro, você acaba sendo mais racional, enrolador... Bom texto o seu. Verdadeiro acima de tudo.

Abraços.
Dean.

Anónimo disse...

Vc silenciou...
Que pena! Sinto sua falta.
Bjs,
Estrela