quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Considerações do LOBO sobre a Mulher desejada...
NINGUÉM conquista a mulher que quer. O amor é regulado pelo acaso, não pela vontade. A mulher que eu teria querido é a que estava com outro, num café, e da qual nem consegui atrair a atenção; é a que se sentava a meu lado, no teatro, e me deixou uns pêlos do seu arminho na manga do «smoking», e me agradou pela voz, ou por uma frase arguta, ou um adjectivo adivinhado, ou um silêncio inteligente. A mulher que eu teria querido é a desconhecida que me fitou e desapareceu: quando a revi, já não era ela. Creio no «coup de foudre», principalmente se o considerarmos uma pequena descarga eléctrica: às vezes certas mulheres electrizam-nos; seis meses após, já não o conseguem, porque algo mudou na corrente delas ou na nossa condutibilidade, ou porque outra mulher, entre nós, serve de corpo isolante ou intercepta a corrente. Conquistar a mulher que se deseja, significa conquistá-la nesse momento, e não depois. As mulheres que eu tive foram adoráveis, mas não foram as que eu quisera. A mulher que está em nossos braços e tem a boca a vinte centímetros da nossa boca, nunca é aquela que quiséramos, pois vinte centímetros é espaço demasiado pequeno para nele vogarem os nossos desejos ou para as trajectórias parabólicas da nossa fantasia.
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15 comentários:
E se uma mulher, fugindo ao padrão, pensar exatamente como você descreve, mas em relação ao homem de seu sonhos, provavelmente será chamada de muitas coisas, menos de mulher ideal. ;)
Olha só o que eu aprendi de como homem pensa, sente, quer (ou sei, lá...) a mulher desejada...
Beijo
É aterceira vez que tento comentar :-))Lol
E claro que perdi todos os outros comentários.
mas há males que vêem por bem, porque estavam extensos demais (sou mt tagarela).
Assim, apenas direi:
Subscrevo o comentário de A Senhora.
Afinal o seu post é sobre desejo e não sobre amor :-)
Estou a tentar lembrar-me, onde é que já li um texto parecido.
Talvesz o poeta que escreveu :" Só desejamos o que não podemos possuir", tivesse razão.
O amor é resultado de imensos factores (na minha opinião), entre eles, quimica/atracção, identificação, confiança, partilha, convívio, cumplicidade, complementariedade.
Podemos ter vários amores. Os que amamos nos respectivos momentos. Os que são para sempre. Os que deixam de ser. oO que continuam a ser, mas por alguma razão têm que se separar.
E amor platónico? Acredita que exista?
Abreijo
tudo é um momento...nada é verdadeiramente real , só porque não tem tempo para o ser
( todo o terreno?? sempre foi um dos meus sonhos , comnseguir atolar um jipe :) )
Na realidade,o desejo,não lhe vou chamar amor,é assim que funciona.
Queiram ou não admitir,as coisas são como são.
Não vale a pena tapar o Sol com a peneira.
Não estás a falar da amizade,que às vezes as pessoas confundem com o amor,nem do amor construido e sereno.Penso que falas sobre a aventura,o mistério,a embriagues do desconhecido..
Até és capaz de ter razão,embora,como mulher me custe a admiti-lo.
Mas,meu menino,penso que com as mulheres acontece o mesmo.
Quem nunca sentiu de repente, e sem saber o motivo,vontade de mergulhar no escuro.
Nós,as mulheres,temos uma grande tendência em nos armarmos em puritanas.
Na realidade somos seres humanos sujeitos a tentações e a todas as loucuras.
Se não o fazemos,é concerteza e na maior parte dos casos por medo...
Não sejamos hipócritas.
a casa é igual a mim... :)
um beijo
obrigada pelas visitas e comentários
beijo
Já me aconteceu,olhava para um ponto cego,os meus pensamentos não me deixavam ver nada para além, o meu desejo era avançar não sei para onde. O meu marido trouxe-me de volta a realidade. Confesso. Pousei,é verdade.Mas uma sensação de frustração
tenho que confessar, ficou.
Não quero parecer o que não sou.Na realidade somos todos iguais embora não o queiramos admitir.
O amor Platónico?
Claro que tb acredito nesse tipo de amor.
Mas,o mais incompreendido de todos os conceitos de Platão é o amor Platónico. Julgamos que amor platônico quer dizer amor ascético ou assexuado. Mas isso não é verdade. Na sua obra "O Banquete" Platão mostra o amor sexual como coisa natural, mas com raízes infinitamente mais profundas.
Platão disse que o amor é uma escada com sete degraus, que vão desde o amor por uma pessoa até ao amor pelas realidades do universo. Diz que, mesmo que nos apaixonemos por uma pessoa, atraídos pelas qualidades, fixar-nos exclusivamente nessa pessoa é permanecer no primeiro degrau de uma escada que possui outros degraus.
O passo inicial nessa escada, para a maioria das pessoas, ocorre através do amor físico. Platão diz que o ser humano busca a imortalidade através da pessoa amada, por meio da procriação. Diz que fixar-se nesse primeiro degrau é permanecer parado, em comparação a tudo o que uma pessoa pode vir a ser.
Isso não quer dizer que Platão negue o corpo ou o amor físico. Ele apenas afirma que, se deixarmos de ampliar esse relacionamento e não subirmos os outros seis degraus, permaneceremos parados. Os passos seguintes serão um desdobramento natural da condição humana.
Tens toda a razão.
É assim mesmo que as coisas se passam.
Bijinho
Ninguém conquista a mulher (ou o homem) que quer!
Nem sempre é verdade... Há muitas vezes um clic que funciona em simultâneo, como um deslumbramento. Depois da paixão que, sem dúvida é o primeiro fogo,entra-se num "jogo" de descobertas mútuas e, quando cada um, deseja sinceramente, a felicidade do outro, aí já é amor.
Um beijo.
Graça
Estava andando por aí....Passei para lhe dar um abraço , mas ao ler o texto, vejo que vc tem razão:"ninguém conquista a pessoa que quer".
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!Não é verdade?Mas "coração, é terra que ninguém pisa". As teorias, as vezes, funcionam apenas nos livros.
Beijos menino.
Na verdade, a questão é "ser ou não ser", ter ou não ter. Só se ama quem não está perto? Quem está perto cedo apaga o nosso amor?
Quando se ama, ama-se e nada mais. Tudo o resto são tretas. E se assim não é, é porque não era amor.
Bolas, gente! Não compliquem as coisas boas da vida!
Amem! Para sempre!
Continuo a achar o amor platónico como o dos mais sublimes.Mas amar tem tantas nuances...
Ah...A noite é violeta de tão viole(n)ta. Estilhaça espelhos com reflexos lunares. Não queira entrar naquela (minha) noite. Nem um Lobo resistiria :-)
Abraços e beijos
Lobo, eu nao sou nenhum filosofo, longe disso, mas refletindo há alguns dias atras sobre as mulheres desejadas que tive, notei que nenhuma delas conssegui de fato conquista-las... o que me levou a pensar o seguinte: Nunca vamos ficar com quem realmente gostamos. Gênial.
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